Por Fabiano Funari* – As empresas brasileiras estão se tornando digitais e os negócios já são executados na nuvem, os funcionários trabalham remotamente e dados de todos os tipos e graus de sensibilidade trafegam pelas redes em alta velocidade, fazendo, assim, o mundo girar, as vendas acontecerem e as empresas crescerem. Mas essa transformação não traz apenas novos benefícios, mas também novos desafios. Com a mudança não planejada – mas muito bem-vinda e desejada – para uma nova realidade de trabalho híbrido, centenas, senão milhares, de brechas de segurança foram abertas.
Um estudo recente publicado com base em um Relatório sobre Atividades Criminosas Online no Brasil, apontou que, em 2021, 43,3 milhões de domínios corporativos e 227 mil domínios governamentais estavam vulneráveis a ataques cibernéticos, somente no Brasil. Os números de 2022 ainda estão sendo compilados, mas estimativas indicam que o número de ataques de malware por meio da nuvem quase triplicou nos últimos doze meses. De acordo com um estudo realizado pela Surfshark, uma empresa holandesa de segurança cibernética, no Brasil, 25 contas foram violadas por minuto no segundo trimestre de 2022.
E a guerra contra ataques cibernéticos é uma guerra fria e silenciosa, ou seja, sem previsão de término. Trabalhar com segurança dos dados é o mesmo que correr uma maratona, onde a resiliência e a constância do esforço fazem toda a diferença, principalmente ao que esses ataques evoluem a cada dia.
Uma Pesquisa de Privacidade e Proteção de Dados realizada pelo Grupo Daryus, especializado em consultoria e treinamento em gestão de riscos, cibersegurança, proteção de dados e segurança da informação, constatou que 80% das empresas no Brasil ainda não estão totalmente adequadas à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais. Sendo que 35% dos entrevistados afirmaram que suas empresas são parcialmente adequadas, enquanto outros 24% apontaram que estão nos estágios iniciais de adequação.
E onde está a vanguarda da proteção de dados atualmente? No uso de aprendizado de máquina e inteligência artificial. Uma empresa que possui centenas de funcionários trabalhando remotamente em diferentes tipos de dispositivos, com diferentes sistemas operacionais, tem um desafio muito grande em termos de conformidade de segurança de dados. Sem automação, o gerenciamento de todos esses vetores de ataque torna-se cada vez mais complexo, se não impossível. Nas palavras do Lider de Cibersegurança da HCLTech, Amit Jain: a preparação é a chave para gerenciar as consequências de um possível ataque de Ransomware.
Atualmente, nossa equipe de especialistas em segurança cibernética atingiu resultados surpreendentes ao aplicar aprendizado de máquina para prever ataques e proteger endpoints. A IA nos permite escanear mais de 1,5 milhão de linhas de código por hora, possibilitando nossa capacidade de identificar vulnerabilidades críticas quase em tempo real e acelerando a correção de vulnerabilidades em 98%. É como uma vacina – se você for afetado por algum vírus, já estará protegido contra o pior.
Assim como na medicina, onde o tratamento preventivo confere muito mais saúde e qualidade de vida às pessoas do que o tratamento reativo, a saúde da sua TI também se beneficia de uma estratégia pró-ativa de proteção contra ataques conhecidos. E o poder preditivo e de detecção das soluções baseadas em IA está equilibrando o campo de jogo em favor de negócios e empresas.Em um cenário de economia digital, os dados são o ativo mais valioso das empresas. Se você ainda não está considerando a inteligência artificial como aliada na sua segurança, voce pode ficar para trás. A prevenção, como sempre, é o melhor remédio.
*Fabiano Funari é Country Manager da HCLTech Brasil
Fonte: convergenciadigital – Inteligência Artificial e a Cibersegurança