A China está desenvolvendo uma tecnologia de propulsão a laser para submarinos, prometendo transformar a indústria naval e aumentar drasticamente a velocidade e a furtividade das embarcações subaquáticas.
Este conceito, que parece ter saído de um filme de ficção científica, está sendo liderado por uma equipe de engenheiros da Universidade de Harbin. A proposta é revestir os submarinos com uma malha de fibras ópticas que emitem pulsos de laser, vaporizando a água ao redor e criando plasma, uma substância gerada quando o gás é aquecido.
Este plasma, ao se expandir, criaria uma onda de detonação que atuaria como força oposta, impulsionando o submarino com uma força comparável à de um jato comercial. Esse processo, chamado de supercavitação, forma uma camada de bolhas ao redor do submarino, reduzindo a resistência da água e permitindo um movimento mais rápido e silencioso.
Apesar das promessas, a tecnologia enfrenta críticas quanto à sua viabilidade. Detalhado na publicação científica Acta Optica Sinica, o projeto é ambicioso, mas especialistas, como Andrew Higgins da Universidade McGill, questionam se os lasers atuais são potentes o suficiente para sustentar o efeito desejado.
Segundo Higgins ao businnes insider, mesmo com a alta eficiência dos lasers, esta abordagem pode não ser tão eficiente quanto uma hélice, o que significa que não haveria ganho propulsivo líquido.
Além disso, controlar a direção da onda de detonação de plasma para dirigir efetivamente o submarino é uma barreira prática significativa. Os pesquisadores da Universidade de Harbin admitem que superar esses obstáculos será crucial antes de qualquer aplicação prática.
A busca por inovação ocorre em um contexto de crescente rivalidade militar entre China e Estados Unidos. A Universidade de Harbin, um importante centro de desenvolvimento na China, foi listada como “risco muito alto/ultrassecreto” pelo China Defense Universities Tracker, um banco de dados australiano que detalha quais instituições chinesas estão envolvidas em pesquisa científica ou militar.
Enquanto isso, a China e os Estados Unidos continuam a expandir suas frotas de submarinos, com a China prevendo ter 80 unidades até 2035. A tecnologia de propulsão a laser não só oferece vantagens significativas em termos de velocidade e furtividade, mas também pode alterar o equilíbrio do poder naval global.
Embora a implementação operacional dessa tecnologia não seja esperada antes de quatro anos, os avanços representam uma mudança significativa na dinâmica naval global. A Marinha dos Estados Unidos, ciente do potencial dessa tecnologia, também está explorando lasers de alta energia para uso em seus submarinos, visando manter sua competitividade e superioridade naval.
Este avanço tecnológico da China destaca a contínua inovação em tecnologia militar e o crescente foco em soluções que combinam eficácia com furtividade. À medida que esses desenvolvimentos evoluem, eles poderão inaugurar uma nova era na indústria submarina, onde a velocidade e o sigilo se tornam ainda mais críticos, transformando profundamente as estratégias e capacidades das forças navais ao redor do mundo.
Fonte: Isto pode mudar para sempre o campo de batalha: A China esta desenvolvendo uma nova tecnologia de propulsão a laser para seus submarinos – Revista Sociedade Militar
Imagem: Representação feita com IA de um Submarino chinês com propulsão a laser