Desenvolvido por duas estudantes da Bahia, o projeto foi destaque entre mais de 1.800 jovens de 65 nacionalidades durante a maior feira do mundo de ciências e engenharia
Um projeto científico desenvolvido por alunas do Serviço Social da Indústria (SESI) foi destaque na maior feira internacional de ciências e engenharia pré-universitária do mundo. As jovens pesquisadoras Nicole Melo e Yasmin Teles conquistaram o quarto lugar na área de Ciências das Plantas (Plant Sciences), na International Science and Engineering Fair (Regeneron ISEF).
Nicole e Yasmin fazem parte do grupo de Pesquisa TecVerdes, da Escola SESI Djalma Pessoa, em Salvador (BA). Elas foram selecionadas na 19ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) para integrar a delegação brasileira, que levou nove projetos para o evento científico internacional. Promovida pela Society for Science, a Regeneron ISEF 2021 reuniu cerca de 1.800 jovens de 65 países. Neste ano, competiram 1.480 projetos, em 21 categorias.
O resultado foi anunciado na última sexta-feira (21/05), no último dia da feira, que foi realizada em formato virtual diretamente dos Estados Unidos. Outros quatro projetos científicos do Brasil, representados por estudantes do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, também receberam alguns dos prêmios mais cobiçados pelos participantes do evento.
Os quatro primeiros colocados, em cada categoria, receberam de US$ 3.000 a US$ 500 como prêmios. Os estudantes foram julgados considerando os critérios: rigor científico, competência e clareza demonstrada no desenvolvimento dos projetos, além da capacidade criativa e pensamento científico dos estudantes.
Tecnologia alternativa para melhoria de culturas
As estudantes baianas se destacaram com o projeto “Tecnologia alternativa para aumento germinativo e potencialização de compostos bioativos em cultivares de coentro a partir da biomassa de Dunaliella salina incorporada a biofilme polimérico”.
A pesquisa buscou uma alternativa para o uso de fertilizantes e agrotóxicos na agricultura. Com o projeto, elas desenvolveram um revestimento para sementes feito a partir do amido de mandioca associado à biomassa de microalga, com o objetivo de aumentar a produtividade no cultivo de vegetais e potencializar a quantidade de seus nutrientes.
Para Nicole Melo, o reconhecimento é a realização de um sonho. “É um marco na minha história acadêmica. Agora tenho certeza de que a ciência realmente pode nos levar muito longe. Infelizmente no nosso país a educação não é tão valorizada. Mas na minha jornada até agora vi que vale a pena investir na pesquisa brasileira”, comemora.
Já Yasmin Teles destaca que o aprimoramento contínuo do projeto foi fundamental para a conquista. “O legado que a iniciação científica deixa para mim é em relação à superação dos desafios que surgem durante a jornada. É importante estar sempre em constante desenvolvimento. Não chegaríamos até aqui se não tivéssemos nos dedicado à melhoria constante do projeto”, diz.
Com a participação na Regeneron ISEF 2021, as estudantes tiveram contato com pesquisadores de diversos países e o aprendizado contribui para o aprimoramento da pesquisa delas. “Agora mesmo estamos trabalhando em pontos que já identificamos na ISEF. A feira permitiu que tivéssemos contato com outros projetos e a partir deste aprendizado já pensamos em melhorias para o nosso projeto”, conta Yasmin.
Para o coordenador do programa de Iniciação Científica da Rede SESI Bahia de Educação e orientador do projeto de pesquisa de Nicole e Yasmin, Fernando Moutinho, o resultado representa a consolidação do trabalho desenvolvido no programa. “O fato de estarmos novamente na ISEF nos coloca definitivamente no cenário de pesquisa pré-universitária internacional. Competimos com representantes do mundo todo pela excelência do trabalho apresentado. A premiação mostra a qualidade e complexidade do trabalho desenvolvido”, ressalta.
Compromissos internacionais
Ainda este ano as duas estudantes participam de outro evento científico internacional: a Infomatrix Continental Guadalajara. Além desta feira, a estudante Nicole Melo tem outro compromisso internacional da agenda. Entre os dias 28 de junho a 21 de julho, ela participa do National Youth Science Camp (NYSC), programa de residência em Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática (STEAM) para estudantes do ensino médio nos EUA, que também vai ocorrer em formato virtual.
“Quando comecei na iniciação científica, via os outros alunos participando de feiras nacionais e até internacionais, mas me parecia algo distante para mim. Agora percebo que eu estou exercendo esse papel e talvez posso inspirar outros estudantes do SESI. Está sendo uma experiência muito boa”, comenta Nicole.
Texto: FIEB
Edição: Newton Palma
Da Agência CNI de Notícias
Fonte: portaldaindustria