Brasil se torna membro do CERN, um dos maiores centros de pesquisas do mundo

O governo brasileiro assinou o acordo de adesão do Brasil como Membro Associado da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), instituição considerada o maior centro de pesquisas físicas no mundo. O acordo foi assinado por Marcos Pontes, ministro da Ciência Tecnologia e Inovações e, segundo ele, permitirá maior intercâmbio de pesquisadores e envolvimento de entidades brasileiras em projetos internacionais.

Em uma declaração, Pontes comentou que o acordo representa uma espera de 12 anos da comunidade científica e do setor produtivo no Brasil, e que a participação brasileira no CERN terá investimento anual, coberto pela pasta. “Certamente é um investimento com altíssimo retorno para o país e tem implicações positivas muito boas para o futuro da ciência, da tecnologia e das inovações no país”, disse.

A participação brasileira no centro tem importância que se estende por áreas variadas. “O primeiro aspecto é o científico, a possibilidade de intercâmbio de pesquisadores, a possibilidade dos nossos pesquisadores brasileiros poderem utilizar as instalações de pesquisa do CERN”, explicou Pontes. Já o outro envolve o setor produtivo do país. “Temos, no Brasil, o [acelerador de partículas] Sirius, que foi 87% desenvolvido pela indústria nacional”, observou ele.

Assim, para Pontes, tais indústrias e o parque de apoio delas poderão colaborar com o CERN, fornecendo equipamentos para expansões e manutenções. Hoje, grande parte das tecnologias usadas no centro são desenvolvidas através de contratos de pesquisa e desenvolvimento, fornecimento de serviços e materiais com apoio da indústria.

Agora, com a participação do Brasil, as empresas do país vão poder fazer parte das licitações de contratos do centro. Por fim, os benefícios do acordo se estendem também para startups, empresas que trabalham com soluções para problemas cotidianos. “Indústrias ou pequenas empresas que podem participar desse mercado fornecendo soluções rápidas que certamente também podem ser aplicadas nessa parceria”, concluiu Pontes.

O CERN iniciou as atividades em 1954 e, hoje, é uma instituição altamente reconhecida pela pesquisa em física. Considerado um dos maiores e mais avançados centros científicos do mundo, o CERN conta com 23 estados-membros plenos, 9 países associados e 3 nações observadoras que, juntos, somam milhares de cientistas, de mais de uma centena de nacionalidades.

Entre alguns grandes feitos da instituição estão a confirmação do bóson de Higgs, uma partícula prevista em 1964 pelo físico Peter Higgs. Além disso, vale destacar também a construção do Grande Colisor de Hádrons (LHC), o maior e mais potente acelerador de partículas no mundo, descobertas relacionadas à antimatéria, entre outros.

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações / Canaltech

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