Cientistas estudam uso de inteligência artificial para detectar câncer

Pesquisadores da University College London (UCL) e da empresa Odin Vision usaram um método inovador que envolve inteligência artificial para auxiliar na detecção de câncer no esôfago. O procedimento foi realizado no hospital universitário da UCL pelo gastroenterologista Rehan Haidry como parte de um sistema chamado CADU, que visa usar a IA para ajudar em diagnósticos.

O CADU obteve aprovação regulatória no início de 2021 e se tornou o primeiro dispositivo médico que usa inteligência artificial para detecção de câncer de esôfago a ser aprovado pelos órgãos regulatórios dos Reino Unido para uso em pacientes.

O câncer de esôfago é especialmente difícil de se detectar no início e tem uma baixíssima taxa de sobrevivência, inferior a 20%, o que o torna um dos seis tipos de câncer mais agressivos e mortais. Estudos recentes mostram que até 25% dos cânceres no esôfago não são detectados em exames de endoscopia.

Para um diagnóstico preciso, em geral, os médicos usam pequenas câmeras de vídeo para examinar a garganta do paciente e buscar os primeiros sinais da doença. Então, os médicos procuram algumas mudanças sutis na coloração do tecido. Porém, essa mudança pode ser muito sutil e bem difícil de se detectar.

Machine learning

A maior inovação do sistema de inteligência artificial CADU na detecção de câncer está em sua programação, já que ele foi ensinado, por meio de machine learning, a classificar os tecidos entre saudável e doente. Durante a endoscopia, o sistema analisa a imagem da câmera de vídeo do exame em tempo real e fornece informações detalhadas sobre as características visuais do tecido.

Imagem mostra a diferença entre um tecido com características que indicam câncer e um tecido saudável.
Crédito: Odin Vision/Divulgação

Com isso, o médico tem um auxílio na inspeção do esôfago, o que pode ajudar na detecção precoce da doença. Se descoberto precocemente, o câncer de esôfago deixa de ser tão agressivo, permitindo que a doença seja erradicada em até 90% dos casos com um procedimento muito menos invasivo. Entretanto, de acordo com Haidry, ainda existe um grande espaço para que o CADU possa evoluir.

De acordo com o médico, é fundamental que a detecção desse tipo de câncer seja cada vez mais feita em procedimentos de endoscopia de rotina, já que, os tratamentos têm evoluído, mas precisam de um diagnóstico precoce para serem efetivos.

Com informações do Medical Xpress

Fonte: olhardigital

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