Por: Daniel Galante
A Computação em Nuvem é a principal habilitadora da transformação digital. Esta percepção é uma realidade entre gestores e decisores das empresas e está mapeada nos relatórios das principais consultorias. O IDC Brasil aponta que os gastos com infraestrutura e plataformas de nuvem pública no País devem alcançar US$ 1,9 bilhão neste ano, valor equivalente a mais de R$ 9,5 bilhões, o que representaria um crescimento de 36% em relação a 2021.
O fato é que a cloud ganha cada vez mais espaço no cotidiano da maioria das empresas e de seus colaboradores. Ainda de acordo com o IDC Brasil, os ambientes híbridos, que incluem Cloud e recursos de TI tradicionais, estarão presentes em mais de 70% das empresas de médio e grande porte até o final do ano. Diante desse cenário, é natural que surjam no horizonte dúvidas e tendências a respeito do uso massivo da nuvem pelas organizações a partir de 2022, conheça alguns dos principais pontos:
Hiperconectividade
O mundo digital é híbrido e orientado a software, e a nova realidade fez as empresas revisarem conceitos e passarem a operar no modo “remote first”. Os desafios à frente mostram como aperfeiçoar esses modelos, no sentido de qual é o tipo de nuvem mais adequada: pública, privada ou híbrida, como escalar a infraestrutura e como garantir a segurança. As empresas contam hoje com diversas opções de nuvens nativamente já conectadas em um ecossistema que une players de cloud pública e nuvem privada de acordo com as necessidades e com ferramentas que ajudam a maximizar o desempenho nesses ambientes. Com as interfaces de programação de aplicações (API) e um modelo de gestão em códigos para o gerenciamento da infraestrutura (DevOps), a conexão entre serviços ficou muito mais fácil (plug and play), possibilitando a criação de uma rede de funcionalidades e geração de novos insights para o negócio, seja por meio de novos recursos internos ou de serviços para o cliente.
Infraestrutura flexível
Os conceitos de agilidade e flexibilidade ficaram mais claros nos últimos anos diante da reação rápida e urgente na migração do ambiente para o digital. Evidentemente, muitas companhias investiram significativamente em tecnologia sem considerar níveis reais de consumo de nuvem e agora estudam como enxugar os recursos. A flexibilidade da nuvem permite pagar pelo uso, ou seja, aumentar ou reduzir a infraestrutura de acordo com as necessidades. Para isso, no entanto, será necessário criar indicadores-chave de desempenho e incentivar os desenvolvedores, engenheiros e profissionais de TI em geral a buscarem fazer mais com menos, essa governança de custos é fundamental para não perder o controle, uma vez que é muito fácil e simples consumir na nuvem.
Aderência às boas práticas
Também conectado à governança está a crescente complexidade do ambiente de nuvem a cada ganho de infraestrutura ou serviço contratado. A velocidade com que esses ambientes ganham novas funcionalidades é muito alta, dessa forma, fica igualmente fácil perder o controle não apenas sobre os custos, mas sobre as melhores práticas de arquitetura e de segurança, colocando em risco as operações. Esse crescimento deve caminhar junto com as normas e procedimentos, abraçando iniciativas dos próprios parceiros players de nuvem pública, os quais compartilham conhecimentos sobre well-architected framework, atuando para manter a segurança dos ambientes, bem como sua resiliência, eficiência e alta performance para aplicações.
Arquitetura protegida
Aprofundando-se no tema anterior, a segurança merece um tópico à parte, uma vez que sofrer com ciberataques, que causam indisponibilidade de serviço ou roubo e vazamento de dados, pode custar demais para as companhias e comprometer a continuidade dos negócios. A nuvem democratizou o acesso às soluções de recuperação de desastres e possibilitou que organizações de médio porte se recuperassem de eventuais ataques em menor tempo, por conta de sua arquitetura. A nuvem tem como particularidade a construção de ambientes multi zonais, em camadas, agrupados ou compartilhados, que podem ser executados de forma independente e desligados parcialmente em caso de ataques. Embora seja uma alternativa mais complexa, eleva o grau de segurança da operação, especialmente diante do aumento de acessos remotos dos colaboradores por meio de desktops, notebooks, ou celulares pessoais.
Inovação contínua
A nuvem revolucionou o modo como consumimos a tecnologia e é a catalisadora para reinvenções nos negócios, mas ainda há muito a ser explorado, já que poucas iniciativas de transformação digital se tornam melhorias permanentes diante da capacidade de execução. Uma operação preparada e adequada oferece grande margem para desenvolvimento e integração com novas soluções baseadas em Inteligência Artificial, Machine Learning e Big Data, que são aplicáveis na arquitetura para aprimorar ainda mais a eficiência da operação e a segurança da infraestrutura, elevando a computação em nuvem a novos níveis.
Por Daniel Galante, diretor-executivo e líder de Cloud Solutions e CyberSec da Tivit.
Fonte: inforchannel