Dia da Amazônia: veja tecnologias que ajudam no combate ao desmatamento

Análise de big data, satélites e drones têm auxiliado entidades a monitorar a floresta; conheça as tecnologias envolvidas nesta missão

Amazônia teve desmatada no ano passado 1,9 hectare por minuto, o equivalente a cerca de 18 árvores por segundo. Os dados são de um estudo da plataforma Mapbiomas Alerta, do Observatório do Clima com Seeg (Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa). A ferramenta também mostrou que o desmatamento aumentou em todos os biomas do Brasil em 2021.

A reflexão sobre a preservação desse importante bioma brasileiro reforça a importância deste dia 5 de setembro, quando é comemorado o Dia da Amazônia. Para ajudar nesta missão, ONGs, universidades, consultorias ambientais e órgãos do poder público, como o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), têm realizado estudos e usado tecnologias para monitorar áreas florestais.

Essas ferramentas mensuram a gravidade do avanço do desmatamento e levantam dados sobre o impacto ambiental que já foi e ainda será causado por ele. Veja abaixo algumas delas.

Pelo menos 17 organizações de cinco estados da Amazônia receberam doações de drones entre 2019 e 2020
Foto: Jason Blackeye / Unsplash

Satélites e drones para monitorar áreas desmatadas

O sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Brasileira por Satélite), do Inpe, usa imagens de satélite para realizar o monitoramento da Amazônia Legal. A partir desse trabalho, o órgão publica taxas anuais de desmatamento na região.

Além disso, o Inpe é responsável pelo sistema Deter, que usa satélites para detectar alterações na cobertura florestal com área maior que 25 hectares. A partir disso, o sistema emite alertas para dar suporte à fiscalização e controle de desmatamento.

Drones são outros equipamentos que podem ser usados para realizar esse trabalho. Segundo a ONG WWF-Brasil, pelo menos 17 organizações de cinco estados da Amazônia receberam doações de drones, entre 2019 e 2020, para serem usados para esse propósito.

Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) desenvolve plataforma com big data sobre Amazônia
Foto: Carlos Muza / Unsplash

Análise de big data

Devido ao grande volume de dados e da consequente necessidade de maior capacidade de processamento, novas tecnologias têm sido usadas para trabalhar com essas informações. Além de softwares especializados no processamento de grandes volumes de dados, iniciativas aplicam inteligência artificial e algoritmos de aprendizado de máquina.

Em março, o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), sediado na USP com financiamento da empresa Shell e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), anunciou o desenvolvimento de um banco de dados sobre gases de efeito estufa na Amazônia. A plataforma está sendo construída com técnicas avançadas de big data para gerar dados ligados ao monitoramento das emissões, compreender melhor suas causas e nortear políticas públicas voltadas à redução do problema.

Alertas em tempo real

O Mapbiomas Alerta é um exemplo de plataforma que identifica, praticamente em tempo real, alertas de desmatamento. Isso é feito a partir da análise de imagens feitas por uma constelação de satélites, ou seja, um conjunto de satélites que fornece imagens de diferentes ângulos, complementando a visão das áreas monitoradas.

A partir desses alertas, a instituição pode produzir e publicar relatórios de análise. De acordo com a plataforma, mais de 45 mil alertas de desmatamento na Amazônia foram identificados no ano de 2021.

Indígenas da Amazônia peruana conseguiram reduzir o desmatamento ilegal a partir do uso de smartphones
Foto: Hans Schwarzkopf / Pixabay

Monitoramento coletivo

Há iniciativas envolvendo povos indígenas que propõem o monitoramento coletivo da floresta por meio da tecnologia. Um exemplo são os indígenas da Amazônia peruana, que conseguiram reduzir o desmatamento ilegal a partir do uso de smartphones.

Participando de um estudo, algumas aldeias selecionadas indicaram grupos de monitores. Eles baixavam informações de alertas de desmatamento (com fotos de satélite e informações de GPS) em seus celulares. A partir desses dados, eles realizavam patrulhas nas regiões afetadas. Ao encontrar desmatamento ilegal, eles apresentavam as evidências para que fosse possível tomar providências. O estudo foi publicado no periódico “Proceedings of the National Academy of Sciences” em 2021.

Fonte: Redação Byte / terra.com.br
Imagem: Dia da Amazônia propõe a reflexão sobre a preservação desse importante bioma brasileiro; tecnologias ajudam a cuidar das florestas Foto: Vinicius Mendonça/Ibama / Canaltech

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