A tecnologia Parchain, da fintech brasileira Parfin, será testada pelo BC para garantir a privacidade nas transações feitas com o Drex
Uma tecnologia criada pela Parfin, fintech brasileira voltada à estrutura blockchain, pode ser utilizada para garantir a privacidade nas transações feitas com o Drex, a moeda digital brasileira. A Parchain será testada pelo Banco Central (BC). A previsão é isso comece a ocorrer em outubro deste ano.
A camada de privacidade na rede blockchain do Drex é importante pelo fato de todos os participantes da rede poderem ver as transações realizadas. Por um lado, isso significa transparência para operações de clientes. Por outro, a visibilidade fere o conceito de proteção de dados, por exemplo.
Privacidade das transações
- O Banco Central não tem a intenção de desenvolver a própria solução de privacidade que será usada na moeda digital.
- A Parfin faz parte de um dos 16 consórcios participantes do Piloto Drex, com Banco da Amazônia (Basa), TecBan, Pinbank, Dinamo, Cresol, Banco Arbi, Ntokens, Clear Sale, Foxbit, CPqD e AWS.
- Participar dos testes não garante nenhum acordo entre o BC e a empresa brasileira para uso futuro na moeda digital.
- Isso porque outras soluções tecnológicas também estão sendo testadas.
- É o caso da Anonymous Zether e da Starlight.
Drex, o que é a moeda digital brasileira?
A moeda Drex é uma Central Bank Digital Currency (CBDC), com funções semelhantes ao PIX, permitindo pagamentos instantâneos, mas com recursos adicionais. Além das funcionalidades de pagamentos, a Drex permitirá a compra e venda de títulos públicos.
O Banco Central será o emissor da moeda Drex, e a custódia será supervisionada pela própria instituição. Pessoas e empresas poderão adquirir a moeda entregando reais físicos, que serão convertidos em reais digitais emitidos pelo Banco Central, e vice-versa.
A operação de troca será intermediada por participantes do sistema financeiro ou de pagamentos autorizados pelo Banco Central. Os bancos não poderão emprestar esses recursos a terceiros, como acontece com o Real físico.
A Drex permitirá transações financeiras, transferências, pagamentos de contas, boletos e impostos, além de possibilitar a conversão entre reais digitais e depósitos bancários convencionais. Os recursos não terão uma correção automática e haverá uma garantia de segurança jurídica, cibernética e de privacidade nas transações.
A moeda será desenvolvida com interoperabilidade, podendo ser utilizada em sistemas de pagamento existentes, como bancos, instituições de pagamento ou o PIX. A moeda Drex terá os mesmos fundamentos e políticas econômicas que sustentam o valor e a estabilidade do real convencional.
Ao contrário de criptomoedas como Bitcoin e Ethereum, a Drex é emitida por uma autoridade monetária e visa fornecer um ambiente seguro e regulado para inovação empresarial. Os usuários precisarão de uma carteira virtual custodiada por um agente autorizado pelo Banco Central para acessar e utilizar a moeda Drex.
Embora haja um custo associado ao uso da Drex, espera-se que seja menor do que as transações financeiras convencionais devido à automação e redução de intermediários, contribuindo para a democratização do acesso aos serviços financeiros.
A liberação oficial da moeda está programada para o final de 2024, mas ainda está em fase de testes e não tem um cronograma definitivo, segundo o coordenador da iniciativa do Real Digital pelo BC, Fabio Araújo.
Fonte: Drex: proteção da moeda digital pode ter tecnologia brasileira (olhardigital.com.br)
Imagem: divulgação/ Banco Central