A AWS está na dianteira de uma série de projetos de transformação digital em governos de todo o mundo. Com o uso de computação em nuvem e recursos como inteligência artificial, o Brasil é um dos exemplos desse movimento, em áreas como saúde e educação
A computação em nuvem encurtou o caminho para a transformação digital. Apoiadas nesse modelo, muitas startups resolveram antigas dores de variados setores e desafiaram as empresas tradicionais. Essas, por sua vez, encontraram no conceito uma maneira de reagir rapidamente a essas inovações.
Os avanços proporcionados por essas tecnologias não estão restritos, no entanto, à iniciativa privada. Cada vez mais, elas estão a serviço de governos em todo o globo, como uma ferramenta ágil e avançada de auxílio na implementação de políticas públicas e de resposta a uma série de desafios nessa esfera.
“Estamos vendo muita inovação acontecendo na nuvem, inclusive entre os governos”, afirmou Teresa Carlson, vice-presidente global da Amazon Web Services (AWS) para o setor público e Indústria, ontem, em painel sobre o tema no re:Invent, um dos principais eventos de inovação e tecnologia do mundo. O debate contou ainda com a participação de Jeffrey Kratz, diretor geral da AWS para o setor público na América Latina, Canadá e Caribe, e do presidente da Colômbia, Iván Duque.
Líder de mercado, a AWS está na dianteira de muitos desses projetos. “Alguns países estão mais rápidos do que outros. Mas a nuvem será um grande diferencial e um equalizador para as economias de todo o mundo”, disse Teresa. “E, com a Covid-19, houve um impulso nesse processo.”
Segundo a executiva, esse contexto exacerbou a necessidade, que já era latente, de os governos, em todas as suas instâncias, estabelecerem uma comunicação direta, rápida e mais fluida com os cidadãos. Um desafio que ganhou contornos ainda mais críticos com as restrições impostas nesse cenário.
“Criamos muitos call centers virtuais por meio do Amazon Connect”, disse Teresa, em uma referência à plataforma da AWS que permite consolidar estruturas de atendimento remoto. “E o setor público, imediatamente, começou a recorrer a data lakes, machine learning e inteligência artificial, para aplicações como distribuição de testes e controle do número de leitos disponíveis nos hospitais.”
O governo brasileiro e os demais elos do setor público no País trazem alguns bons exemplos do que foi e do que está sendo feito. Isso inclui projetos que já estavam na agenda antes da pandemia e que foram antecipados por conta dela.
É o caso de uma iniciativa do DATASUS, braço de tecnologia do Sistema Único de Saúde (SUS), vinculado ao Ministério da Saúde. O órgão tinha um programa de coleta de dados em hospitais estaduais previsto para ser implantado no terceiro trimestre deste ano, mas que foi acelerado devido à pandemia.
Já no InovaHC, núcleo de inovação do Hospital das Clínicas, em São Paulo, a AWS doou toda a infraestrutura de nuvem para processar e armazenar imagens da plataforma “RadVid-19”, que centraliza radiografias e tomografias computadorizadas de casos confirmados ou suspeitos de infecção.
A partir dessa base unificada em um banco de imagens, a plataforma cruza dados por meio de inteligência artificial para ampliar as chances de um diagnóstico mais assertivo. Outro componente crítico para o segmento da saúde, a disponibilidade dos serviços também esteve no centro de outros projetos.
A educação também atraiu a atenção do setor. Nessa área, a AWS forneceu, gratuitamente, a infraestrutura de computação em nuvem para assegurar a transmissão das aulas online ministradas aos alunos da rede pública estadual de São Paulo. De um volume inicial de 1,5 milhão de alunos do ensino fundamental, a ação foi ampliada, recentemente, para 3,5 milhões de estudantes.
Diante do quadro de desafios da educação, a adoção da nuvem não se esgota nessas ações mais urgentes. Junto ao setor público, a AWS vem trabalhando para reforçar a importância de capacitar as novas gerações, especialmente em regiões como a América Latina, para as habilidades do futuro.
Junto ao setor público, a AWS vem trabalhando para reforçar a importância de capacitar as novas gerações
Sob essa visão, durante o re:Invent, a companhia anunciou a meta de treinar, gratuitamente, 29 milhões de pessoas em todo o mundo com conhecimentos de computação em nuvem. Esses números serão perseguidos por meio de programas desenvolvidos pela empresa, como o AWS Educate.
“Temos falado sobre a importância das capacidades digitais e do aprendizado contínuo”, afirmou Teresa. “Como líderes na nuvem, sabemos que nossa responsabilidade é garantir que esses alunos tenham acesso às habilidades corretas.”
Dentro desse escopo, em novembro, o governo do Estado do Ceará, por meio da ETICE, sua empresa de tecnologia da informação, firmou um acordo de colaboração com a AWS para a criação do primeiro Centro de Competências para a Transformação Digital no País.
O centro será focado em pilares como a empregabilidade e o empreendedorismo. E, a partir dos programas AWS Educate e AWS Academy, os alunos terão acesso à formação gratuita em habilidades de computação em nuvem, além da possibilidade de inscrição em 12 planos de carreira em serviços e aplicativos, com conteúdo focado nas posições em nuvem mais procuradas pelo mercado.
“Vamos seguir investindo na região para ajudar alunos a estarem melhor preparados e criar especialistas como cientistas de dados”, disse Kratz. “E também para que eles criem a próxima Netflix ou Airbnb.”
É também com essa visão mais ampla e de longo prazo que o governo da Colômbia vem implementando um leque de projetos, sob a liderança do presidente Iván Duque e com o apoio da AWS em muitas dessas ações. Entre elas, um programa que tem como meta treinar 100 mil programadores.
“Há dois anos, quando assumi o governo, estabeleci o plano de tornar o país o Vale do Silício da América Latina”, afirmou Duque, durante o painel. “E minha ambição é conseguir fazer da Colômbia o lugar onde teremos o maior nível de capacitação na quarta revolução industrial.”
Para isso, além da educação, o governo colombiano vem lançando mão de diversas frentes. Entre elas, a construção de um arcabouço regulatório que estabelece incentivos e contrapartidas para startups, e a elaboração de uma legislação que cubra os limites éticos da inteligência artificial. Sem, no entanto, barrar a inovação trazida por esse conceito.
Para saber mais sobre o re:Invent, clique aqui.
Fonte: NeoFeed