Inteligência artificial aplicada às indústrias e a economia digital

Por Yang Hua* – O debate sobre a transformação digital e a inteligência artificial avança rapidamente em todos os setores produtivos. Isso se deve ao fato de que a nova fase da industrialização do Brasil está intimamente ligada à sua capacidade de incorporar as tecnologias digitais aos ambientes fabris e de criar novos empreendimentos baseados na digitalização.

Esse salto tecnológico foi tema de grandes debates no ano passado. Empresas apresentaram cases importantes sobre a adoção do cloud computing como forma de aumentar a produtividade e agregar valor aos seus produtos e serviços. Em 2024, vejo com otimismo a tendência cada vez mais forte da estratégia “tudo na nuvem” como foco da modernização digital da economia.

A agilidade e a complexidade dos atuais ambientes de negócios demandam ferramentas tecnológicas que sejam seguras, transparentes, estáveis e que contem com suporte rápido e adequado. Cada vez mais, as empresas precisam lidar com dados de maneira mais racional e inteligente.

Veja-se o setor bancário, por exemplo. São milhões de transações acontecendo ao mesmo tempo e inúmeros dados trocados em questões de segundos. Uma operação robusta, ágil e segura — e que permite conhecer o comportamento de consumo de cada cliente ao ponto de lhe oferecer um serviço customizado — só é possível se a inteligência está presente na análise desse fluxo contínuo de informações.

Dados dispersos e sem controle, ou armazenados de forma caótica, são oportunidades de negócios perdidas. São como riquezas que escoam pelos dedos das mãos. Organizar, armazenar, monitorar e acessar essas informações de forma segura e precisa requer a adoção das ferramentas digitais aplicadas às necessidades individuais de cada negócio.

Não é uma questão de inventar a roda. Não é preciso mudar totalmente a forma de realizar uma tarefa que é executada de forma bem sucedida. Talvez, essa tarefa possa ser feita, a partir de agora, em alguns segundos e de maneira automática. Essa, em essência, é a função da inteligência artificial aplicada aos setores produtivos. Além de gerar eficiência e reduzir custos operacionais, ela permite que a riqueza seja percebida na forma de insights, ajudando a criar uma nova cultura e uma nova maneira de tomar decisões.

Os modelos de IA que existem são capazes de criar valor para uma empresa. Isso acontece de diversas maneiras. Na mineração, por exemplo, aprimorar a segurança da operação e aumentar a produtividade sempre estão na mente dos gestores. Que tal máquinas autônomas operadas à distância em um escritório com ar condicionado?

Em um hospital, já é possível controlar o prontuário de cada paciente de maneira automatizada, melhorando exponencialmente o uso de insumos, remédios e de tudo que envolve o cuidado de uma pessoa que está internada e em tratamento.  Em uma empresa de telecomunicações, um operador pode saber com precisão onde está a falha em uma rede e, rapidamente, restaurar as conexões que atendem aos seus clientes.

Em uma plantação, pode-se monitorar pragas e usar defensivos só nas áreas afetadas, diminuindo em muito o uso de substâncias nocivas. Na sala de aula inteligente, o professor pode oferecer recursos didáticos inovadores aos alunos e observar o desempenho de cada um com uso da IA. Na geração de energia, por exemplo, a ideia é a confluência entre bits e watts. Não existe setor que não possa ser impactado e melhorado com a digitalização.

O ano de 2024 começa com as empresas reconhecendo sua importância e focando na melhoria de suas operações. Uma tendência que deve se intensificar ao longo do ano. Em 2020, a economia digital do Brasil era de cerca de R$ 1,4 trilhão, correspondendo a 19,4% do PIB, com mais de 10 milhões de empregos. Até 2025, deve chegar a R$ 2,6 trilhões, respondendo por 25,5% do PIB e mais de 14 milhões de empregos.

A inteligência artificial aplicada à indústria deve ser um divisor de águas entre um ambiente de negócios em que a riqueza estava escondida em meio à complexidade de dados inacessíveis e um mercado que consegue tomar decisões baseadas em conhecimento gerado pela máquina. Mais do que isso, a nuvem e os modelos de IA também contribuem com a sustentabilidade, um assunto fundamental no momento, quando todos procuram por soluções de baixo impacto ambiental. Nesse contexto, o próximo período apresenta excelentes perspectivas. É a tecnologia de ponta construindo agora uma economia dinâmica, próspera, digital e sustentável.

Yang Hua é presidente da Huawei Cloud no Brasil

Fonte: Inteligência artificial aplicada às indústrias e a economia digital – Convergência Digital – Opinião (convergenciadigital.com.br)

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