Por Karlo Kawamura – Há alguns meses nossas atenções se voltam à chegada da Internet 5G. Porém, nesse cenário também é preciso observar outra novidade para o setor: a rede neutra.
Embora não haja definição clara e legislativa sobre a rede neutra, podemos entendê-la como uma espécie de “aluguel compartilhado” da estrutura, que poderá ser usada por uma ou mais operadoras e provedores de internet em, por exemplo, redes de fibra óptica – com tráfego de dados próximo a velocidade da luz.
Atualmente, as operadoras e provedores de internet precisam investir em tecnologia e infraestrutura para manter e ampliar suas redes próprias. Com isso, gastam expressivos recursos e, não raro, localidades de difícil ficam sem acesso por não ter viabilidade financeira. Com as redes neutras, as operadoras e provedores poderão rentabilizar seus investimentos pois não precisarão investir em redes próprias.
Assim, será possível não apenas baratear os custos de internet, como impulsionar a economia, a indústria 4.0, a internet das coisas, telemedicina, carros autônomos, realidade virtual e aumentada, agronegócio, educação, saúde, demandam cada vez mais tecnologia, e a internet – definitivamente – não pode ser um obstáculo ao crescimento e inclusão. Entre os impactos ainda, os governos, ao massificar o acesso à banda larga e possibilitar maior conectividade, vão gerar condições para o aumento do desenvolvimento e do PIB dessas regiões.
Essa medida é imprescindível para que se consolide o serviço de internet móvel de quinta geração (5G), previsto para iniciar na metade deste ano. Para que ela funcione na agilidade que com um grande fluxo de dados em velocidade é preciso uma sólida rede de fibra óptica para comportar esse tráfego de dados. Em uma analogia, é como ter um veículo ultra potente para usar em estrada despreparada. Para utilizar tudo que esse veículo oferece, ter uma estrada excelente é vital.
Por isso, a chegada da 5G é só a ponta de uma estrutura. Nas demais camadas também é preciso observar as dinâmicas dos envolvidos, do Governo nas questões anticoncorrenciais, da proteção de dados, da remuneração do investimento, do incentivo ao aporte de capitais, de tributação, regulatórias e legislativas. Enfim, o caminho é longo!
Fonte: ndmais.com.br/opiniao/artigo/internet-5g-e-o-impacto-das-redes-neutras/