Nanotecnologia no combate ao câncer

Programas de Pós-Graduação em Nanociência e Nanobiotecnologia e em Ciências e Tecnologias em Saúde

Apesar dos avanços terapêuticos ocorridos nos últimos anos contra o câncer, ainda há a necessidade de melhorar a eficácia dos tratamentos convencionais, reduzir efeitos adversos e desenvolver tratamentos mais específicos para células tumorais. Neste contexto, a Nanotecnologia vem como uma importante aliada no combate ao câncer.

A Nanotecnologia envolve o estudo e a manipulação da matéria em escala nanométrica. Para se ter uma ideia, 1 nm é cerca de 100 mil vezes menor que o diâmetro de um fio de cabelo. Nesta escala, alguns materiais apresentam propriedades diferenciadas, permitindo aplicações em diversas áreas, dentre elas a de biomedicina.

A Nanomedicina é o campo da ciência onde são utilizadas soluções e ferramentas nanotecnológicas para o tratamento ou prevenção de doenças. Em termos históricos, a nanomedicina teve seu primeiro produto farmacêutico lançado na década de 90, com o lançamento do Doxil, uma nanoestrutura lipídica contendo o fármaco doxorrubicina, para o tratamento do câncer de ovário. Este produto teve muito sucesso e tem como grande vantagem reduzir significativamente os efeitos colaterais da quimioterapia convencional. Depois do Doxil, inúmeros grupos de pesquisa ao redor do mundo desenvolveram diferentes nanotecnologias para as mais diversas aplicações incluindo formas mais eficientes de diagnósticos e terapias antitumorais.

Nós, da Universidade de Brasília também participamos deste processo criando soluções como as descritas a seguir.

A versatilidade na composição e constituição de nanoestruturas permitem, por exemplo, que as mesmas possam ser utilizadas como carreadores promissores de quimioterápicos convencionais, permitindo reduzir inclusive a dose necessária para o tratamento antitumoral. Pesquisas da UnB evidenciaram que nanocarreadores lipídicos contendo o quimioterápico docetaxel foi cerca de 100 vezes mais potente contra células de câncer de mama in vitro do que este mesmo quimioterápico livre e, ainda reduziu o número de metástases em ensaios in vivo.

Tratamentos a base de produtos derivados da biodiversidade também tem sido explorados como estratégia complementar às terapias convencionais. Citamos como exemplo a formulação de nanoestruturas à base de óleo de pequi, que apresentaram estabilidade a longo prazo e propriedades antitumorais potencializadas, em relação ao óleo livre, em células de câncer de mama in vitro.

Destaca-se ainda tratamentos que utilizam a aplicação de nanoestruturas e luz tanto para eliminar células tumorais quanto para induzir uma imunização contra câncer de mama, câncer colorretal e melanoma. Tais estratégias são significativas, visto que alguns tipos de câncer apresentam alto potencial metastático, e contra o qual a quimioterapia, a radioterapia e a cirurgia convencionais apresentam baixa eficácia.

Para alcançar estes objetivos centenas de pós-graduandos, Mestres e Doutores, tem sido formados pela UnB, consolidando a universidade como uma líder técnico-científica neste campo de atuação.

Fonte: noticias.unb.br

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