Poucas cidades no Brasil conseguiram o que Londrina obteve na última semana: integrar empresas privadas, entidades governamentais e organizações da sociedade civil em prol do desenvolvimento de inovação por meio de novas tecnologias voltadas ao setor agrícola.
Foi inaugurado no Centro de Tecnologia e Desenvolvimento (CTD) da prefeitura de Londrina, o Centro de Inovação Biotecnológica (CIB) da Nova Brasil, empresa familiar argentina fundada por imigrantes italianos que escolheu Londrina para começar a operação no Brasil em 2021.
Focada em investir continuamente em recursos humanos, pesquisa e portifólio, com uma filosofia voltada ao crescimento e a inovação, a Nova do Brasil investiu R$ 2 milhões na criação do CIB, que será um polo de formação profissional com capacitações e qualificações para trabalhar com microrganismos de interesse biotecnológico. De acordo com Elian Porta, CEO da Nova do Brasil, “queremos nos próximos anos substituir ou aumentar a eficiência dos produtos que são usados atualmente na agricultura para que eles sejam mais amigáveis ao meio-ambiente”.
Nessa linha de trabalho, o CEO anunciou dois novos produtos da Nova Brasil. O primeiro é Bioten, primeiro e único adjuvante bacteriano produzido no mundo, que busca aumentar a eficiência dos defensivos agrícolas. O segundo é o Motosega que tem o objetivo de nutrir plantas não-leguminosas através de uma bactéria que fixa o nitrogênio do ambiente. “Queremos que a agricultura use cada vez menos adubos inorgânicos e mais adubos biológicos”, salientou Porta.
Mais que discurso, a inovação na Nova do Brasil está dirigida para a sustentabilidade e o CIB será um instrumento valioso porque vai dar sustentação para o desenvolvimento de novos produtos. Além de uma equipe interna de especialistas, a empresa vai estreitar os vínculos com startups, entidades como a Cocriago, um dos maiores hubs de inovação do agronegócio do Brasil, a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e outras instituições.
É exatamente esse o modelo de desenvolvimento de inovação mais bem-sucedido no mundo, chamado de Triplo Hélice. Parece simples, mas não é. Ele prevê que empresas, governo (entidades) e instituições de pesquisa atuem de forma sinérgica. Para que o CIB se tornasse realidade foi preciso que prefeitura de Londrina, por meio do CTD e da Codel, Cocriagro, Sebrae e Nova do Brasil se unissem.
Inovação precisa de políticas públicas, não de espasmos para crescer. Por isso, Londrina se destaca no cenário nacional a ponto de chamar a atenção da Nova do Brasil, que tem planos audaciosos para a cidade: construir uma fábrica de produtos adjuvantes e biológicos para atender todo o mercado brasileiro em um período de dois anos. “O CIB será o início de um trabalho com cepas brasileiras que trarão a oportunidade de posteriormente produzirmos em escala industrial”, explicou o CEO da Nova do Brasil.
Desejo muito sucesso a Nova do Brasil e parabenizo a todos os envolvidos que possibilitaram a concretização de uma grande realização para a cidade de Londrina, o Paraná e o Brasil 😉
Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP). Jornalista na Câmara de Mandaguari, Professor da UEL, parecerista internacional e mentor de startups.
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Fonte: Nova do Brasil cria laboratório para desenvolver inovação em Londrina (folhadelondrina.com.br)