O primeiro satélite totalmente desenvolvido pela indústria brasileira está pronto para ser lançado à órbita da Terra no início do próximo ano. Além de expandir a indústria espacial, a nova tecnologia coletará dados e imagens que servirão para conduzir políticas públicas em diversas áreas, como a prevenção de desastres naturais e integração em cidades inteligentes.
O nanossatélite foi desenvolvido pelo Instituto Senai de Inovação (ISI) em Sistemas Embarcados em parceria com a Visiona Tecnologia espacial, graças ao apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII). A assinatura do contrato para a realização do projeto-piloto foi realizada em 21 de maio de 2018, durante a 8ª edição do Programa de Imersões em Ecossistema de Inovação, em Florianópolis.
O pequeno satélite é pouco maior do que uma caixa de sapatos — pensando 10 kg e com dimensões de 30 cm x 20 cm x 10 cm. Ele permitirá o desenvolvimento e validação de tecnologias espaciais como sistemas de navegação. Além disso, poderá atuar na supervisão de bordo e rádio definido por software — atualmente, as principais lacunas tecnológicas na indústria espacial do Brasil. O investimento total foi de R$ 1,8 milhão em investimentos.
A primeira fases de testes de operação será realizada em parceria com o Governo do Estado de Santa Catarina, que avalia a possibilidade de realizar experimentos ligados à área de cidades inteligentes. O projeto-piloto servirá de base para o desenvolvimento de satélites comerciais no país usados pelos mais diversos setores.
Posteriormente, as informações coletadas pelo novo satélite poderão melhorar a produção agropecuária e prevenção dos efeitos de tragédias naturais, como enchentes e deslizamentos de terra. O projeto-piloto ainda prevê uma estação em solo para controle e rastreio de satélites e uma rede de Plataformas de Coleta de Dados para validar e integrar as informações coletadas.
O Instituto Senai de Inovação (ISI), localizado em Florianópolis, atua junto à indústria nacional no desenvolvimento e aplicação de conhecimento nas áreas de equipamentos para computação embarcada, aquisição, controle e análise de dados. Já a Visiona, criada em 2012, é uma empresa brasileira integradora de sistemas espaciais, estabelecida pela parceria entre a Telebras e a Embraer.
A EMBRAPII é uma organização social que, desde 2013, apoia as instituições de pesquisa tecnológica e incentiva a inovação da indústria brasileira. Além de apoiar os projetos financeiramente, ela coloca à disposição suas mais de 70 unidades espalhadas pelo país, como centros de pesquisa de ponta. Ao todo, cerca de 900 empresas já receberam seu financiamento, totalizando mais de 1.300 projetos desenvolvidos e R$ 1,8 bilhão em investimentos.
Vale destacar que este não é exatamente o primeiro satélite desenvolvido no Brasil, pois existe o Amazonia-1 já operando em órbita, mas é o primeiro integralmente produzido pela indústria nacional. Por enquanto, ainda não há informações sobre como será o lançamento do novo nanossatélite, nem qual será o foguete responsável por isto. O Canaltech procurou a assessoria de imprensa da EMBRAPII para obter mais informações e imagens oficiais do satélite, e esta matéria será atualizada quando obtivermos novidades a respeito.
Fonte: EMBRAPII, Visiona Tecnologia Espacial / Canaltech
Imagem: Canaltech