SENAI e CTG Brasil anunciam R$ 24 mi de investimento em projetos de armazenamento de energia

A estratégia visa atrair projetos nacionais e internacionais com foco em armazenamento de energia em grande escala para uma economia de baixo carbono. As inscrições têm início no dia 25 de maio

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) em parceria com a CTG Brasil lançaram nesta quarta-feira (25) uma nova chamada para projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de armazenamento de energia em grande escala para uma economia de baixo carbono. Empresas e startups nacionais e internacionais podem se inscrever pela Plataforma Inovação para a Indústria. Ao todo, R$ 24 milhões serão destinados para o financiamento dos projetos, por meio de recursos próprios e do programa de Pesquisa & Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). 

O investimento faz parte da estratégia de inovação aberta “Open Innovation” que conecta os melhores centros de pesquisa do Brasil e do mundo para auxiliar a CTG Brasil em desenvolver soluções para desafios complexos como a transição energética rumo a uma economia de baixo carbono. 

Os projetos inscritos deverão trazer soluções para três grandes desafios no setor, que são:

  1. Sistemas de Armazenamento Integrado com planta solar, eólica e híbrida.
  2. Tecnologias de gerenciamento, controle e comercialização de energia.
  3. Reciclagem e reuso de baterias.

O Brasil conta com um grande potencial para geração de energia a partir de fontes renováveis. Para o diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi, o Brasil precisa ampliar o investimento em soluções inovadoras e sustentáveis que visa a geração de energia com baixa emissão de carbono. “Nosso maior desafio é desenvolver uma diversidade de matrizes energéticas sustentáveis e confiáveis que poderão suprir as necessidades de energia de uma população em crescimento”, ressalta.

A ação será coordenada pelo Instituto SENAI de Inovação em Eletroquímica, no Paraná, e terá um papel fundamental na estruturação e curadoria dos projetos recebidos de acordo com o edital. Os resultados esperados são o desenvolvimento local e nacional, com a cocriação de soluções personalizadas em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).

“É uma satisfação para o SENAI Paraná liderar essa chamada em conjunto com o SENAI nacional e com a CTG Brasil. Temas como energias renováveis e descarbonização precisam fazer parte do presente e essa chamada é a melhor forma para alcançarmos soluções de alto impacto”, destaca Fabrício Luz Lopes, gerente executivo de Tecnologia e Inovação do Sistema FIEP.

Ele ainda reforça que investimentos são fundamentais para esse processo. “Com recursos da empresa e com outros parceiros nacionais e internacionais, podemos desenvolver projetos que vão impactar a nossa indústria, o meio ambiente e consequentemente a sociedade”.

A ideia é que o projeto traga novas soluções para integração de fontes renováveis na matriz energética brasileira, e contribua para a criação de um ciclo sustentável, em que se reconheçam rotas para reuso, redução e reciclagem. 

Para a CTG Brasil, uma das líderes em geração de energia limpa do país, a inovação tem papel fundamental na transição energética e projetos como os de armazenamento de energia em grande escala são parte desse processo.

“Buscamos soluções inovadoras para atender aos desafios do setor elétrico e aos anseios da sociedade por uma matriz energética limpa e acessível. Queremos desempenhar um relevante papel na transição energética e a potencial contribuição que os sistemas de armazenamento de energia em larga escala podem trazer neste cenário nos motiva a investir no desenvolvimento de projetos e parcerias estratégicas nesse segmento”, afirma Silvio Scucuglia, diretor de Estratégia e Desempenho Empresarial da CTG Brasil. 

Armazenamento de energia e transição energética

Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), o investimento global em armazenamento por meio de baterias aumentou 40% em 2020, alcançando US$ 5,5 bilhões. Um relatório da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indica que o armazenamento é um dos itens chave para a descarbonização, ao mesmo tempo em que oferece maior segurança energética por meio de sistemas integrados e otimizados. 

A consultoria internacional Wood Mackenzie indica que a quantidade de energia armazenada no planeta inteiro deve crescer anualmente, em média, 30% até 2030, representando uma armazenagem de 741 gigawatts-hora. A participação de renováveis na matriz elétrica brasileira se reflete em baixos índices de emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. A busca pela ampliação destas fontes provocou a adaptação de legislação e incentivos à inovação para projetos que contribuam com a eficiência energética do setor brasileiro, entre eles, os de armazenamento. 

Estratégia em inovação

Está não é a primeira ação da CTG Brasil com foco em impulsionar soluções em energia limpa em parceria com o SENAI. Em 2021 a CTG Brasil inaugurou seu Habitat de Inovação no Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), em Natal (RN), e conta com o CTG Brasil Innovation Hub em São Paulo, também em parceria com o instituto. Ano passado, um dos destaques foi a Missão Estratégica Hidrogênio Verde, maior chamada pública já realizada no Brasil para projetos de inovação nessa área. O edital recebeu inscrições de 31 projetos, de 13 estados diferentes, e três foram selecionados para receberem apoio.

Em 2021, a companhia investiu R$ 23,8 milhões em programas de P&D ANEEL, superando em 46% a obrigação anual do programa. Para 2022, a CTG Brasil deve investir R$ 25 milhões. 

Como participar

Plataforma Inovação para a Indústria está aberta à participação de empresas do setor industrial de todos os tamanhos, inclusive startups de base tecnológica. Para participar, é necessário enviar a ideia pela Plataforma, seguindo normas e cronogramas específicos de cada categoria.

A Plataforma é uma iniciativa do Sistema Indústria para financiar o desenvolvimento de produtos, processos ou serviços inovadores, com o objetivo de aumentar a produtividade e a competitividade da indústria brasileira, além de promover a otimização da segurança e saúde na indústria. Criada em 2004 como Edital SENAI SESI de Inovação, a iniciativa já selecionou mais de mil projetos inovadores, nos quais foram investidos mais de R$ 817 milhões. As propostas escolhidas recebem recursos e apoio para desenvolvimento de uma prova de conceito, passando por processos de validação, de protótipo e de teste na rede de inovação e tecnologia do SENAI.

Rede Institutos SENAI de Inovação  

A rede de Institutos SENAI de Inovação foi criada para atender as demandas da indústria nacional. Ela tem como foco de atuação a pesquisa aplicada, o emprego do conhecimento de forma prática, no desenvolvimento de novos produtos e soluções customizadas para as empresas ou de ideias que geram oportunidades de negócios. Os institutos trabalham em conjunto, formando uma rede multidisciplinar e complementar, entre si e em parceria com a academia, com atendimento em todo o território nacional. 

A rede é composta por 26 Institutos SENAI de Inovação. Desde a criação, em 2013, mais de R$ 1,2 bilhão foram mobilizados em 1.332 projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). A estrutura conta com mais de 930 pesquisadores, sendo que cerca de 52% possuem mestrado ou doutorado. Por serem reconhecidos como Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT), os Institutos SENAI de Inovação possuem acesso a diversas fontes de financiamento não-reembolsáveis para projetos de PD&I. Atualmente, 15 institutos compõem unidades EMBRAPII e possuem acesso direto a recursos para financiamento de projetos estratégicos de pesquisa e inovação.

Sobre a CTG Brasil

A CTG Brasil trabalha para desenvolver o mundo com energia limpa em larga escala. Segunda maior geradora privada de energia do País, conta com a dedicação de seus talentos locais e está comprometida em contribuir com a matriz energética brasileira, pautada pela responsabilidade social e respeito ao meio ambiente. A empresa tem investimentos em 17 usinas hidrelétricas e 11 parques eólicos, com capacidade instalada total de 8,3 GW. Criada em 2013, é parte da China Three Gorges Corporation, uma das líderes globais em geração de energia limpa.

Por: Neyfla Garcia
Foto: José Paulo Lacerda/CNI
Da Agência de Notícias da Indústria

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