Valéria Rocha de Oliveira*
Nos últimos anos a automação residencial ganhou um grande impulso, principalmente com a entrada no mercado de dispositivos que usam inteligência artificial por meio de assistentes virtuais como Alexa (Amazon), Google Assistente (Google) e Siri (Apple). O custo cada vez mais acessível de dispositivos atuadores e assistentes de voz tem tornado possível a automação de um número crescente de residências.
A Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial (Aureside) prevê um aumento médio de 22% ao ano e a previsão de que esse mercado pode crescer em média 10 vezes mais do que a média da economia nos próximos 3 anos.
A automação residencial engloba o controle automático e eletrônico de diversos equipamentos e recursos de uma residência. É possível controlar de forma simples aparelhos que estão ligados à internet, até mesmo de forma remota.
Vários aplicativos como a Alexa, que pode ser instalado em celulares com sistema operacional Android ou IOS, podem ser usados para atuar nos dispositivos pareados com ele de forma direta ou através de rotinas. O usuário pode criá-las de forma simples e sem ter grandes conhecimentos, já que os aplicativos são muito fáceis de usar.
Os alto-falantes sem fio e com comando de voz, como os dispositivos Echo da Amazon, o Google Home ou o Apple HomePod popularizaram a automação residencial pelo baixo custo inicial (um assistente de voz simples pode custar na sua versão mais simples cerca de R$ 200). Esses dispositivos podem ser conectados a vários atuadores como lâmpadas, interruptores inteligentes e fechaduras eletrônicas. A grande vantagem é que essa automação pode ser feita aos poucos e um módulo de interruptor custa cerca de R$ 60.
Você pode, por exemplo, colocar um interruptor para controlar qualquer dispositivo elétrico que tenha em casa. É possível ainda, programar uma rotina que acenda e apague a luz da fachada, ou qualquer outra iluminação em uma determinada hora e depois de um período por você determinado, apagá-la.
Pode-se também programar uma rotina que execute funções determinadas por você com um comando de voz. Por exemplo, posso programar meu assistente de voz para ligar determinadas luzes, ligar o ar-condicionado ou aquecedor e até mesmo a TV com o simples comando de voz: “Estou chegando em casa”.
Você pode pedir para o mesmo assistente ler as notícias do dia, falar a previsão do tempo ou colocar itens na sua lista de compras.
Por outro lado, existe ainda o receio de que sua vida esteja sendo vigiada, já que esses dispositivos “escutam” você o tempo todo e esses dados podem estar sendo usados para finalidades não imaginadas por quem está utilizando essa tecnologia. Muito ainda terá que ser discutido sobre questões de privacidade, mas a realidade é que esses dispositivos estão cada vez mais presentes na nossa vida e que vão facilitá-la de forma irreversível.
*Mestre em Engenharia Elétrica e coordenadora do curso de Engenharia de Produção da Faculdades Kennedy e Promove*
Fonte: /www.hojeemdia.com.br/